Entrevista com o nosso Medalha de Bronze no mundial de Muay Thai Davi Galvão o Perna Longa

Davi Galvão em ação

Academia Champions Factory Muay Thai teve o prazer de entrevistar um dos nossos representantes nos ringues. O nosso campeão Davi Galvão. Teve destaque no cenário nacional após se tornar Bi campeão Brasileiro de Muay Thai GP da CBMT. Conquistou a medalha de Bronze no Mundial na Tailândia em 2017. Veja na integra a entrevista desse aluno fiel às suas origens da vida e da Champions Factory.

 

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1- Quando foi que iniciou na Champions Factory? 2011

2-Quando foi que realmente decidiu se tornar um atleta profissional viver da luta, o que te motivou e porque?
R: Sempre tive uma conexão muito grande com a luta de uma forma geral, isso se manifestou desde criança no interesse nos desenhos, brinquedos ou qualquer disputa física direta com outro colega. Desde pequeno fui sempre muito mais ou menos em todos os esportes que praticávamos na escola e nunca tive real condições de pagar algo por fora, sendo assim até chegar a oportunidade de praticar aulas de muaythai no instituto Artur Mariano no Parque da cidade, assim que me mudei pra lá e descobri o lugar, implorei pra minha mãe me matricular. Lembro também que acabei ganhando uma camisa mesmo sendo o meu primeiro dia de aula e algumas pessoas olharam de cara feia por eu receber algo logo de início, quando contei pra minha mãe ela me disse que eu teria que fazer por merecer de agora em diante. Depois de alguns meses me apaixonei pelo esporte, comparecia em todos os treinos, tinha finalmente achado algo em que eu levava jeito, como se fosse feito pra mim. O primeiro grande campeonato que eu fui foi somente pra olhar, mas a atmosfera daquele ginásio me fez decidir que seria dessa forma que eu viveria o resto dos meus dias.

3-Quais foram as maiores dificuldades até o momento?
R: Acredito que as maiores dificuldades que eu tive foram na maioria financeiras, a falta de apoio, falta de patrocínios e coisas do tipo. Essa falta de apoio era de uma forma geral, do próprio governo e talvez até do país como um todo. Eu comecei muito novo a competir, tinha 12 anos e lembro que era muito difícil conciliar a escola com a quantidade de treinos, na semana que antecedia o campeonato eu já estava esgotado e nunca houve nenhuma atenção da escola com os alunos que eram atletas, as faltas não eram justificadas e tudo isso era muito desmotivador. A quantidade de consideração e o valor que os atletas tem em meio às pessoas no nosso país é quase inexistente. Trazemos uma visibilidade enorme pro país, honramos nossa bandeira e ainda sim não somos valorizados.

4-Quais foram a suas conquistas mais importantes?
R: Com certeza a conquista mais importante que eu tenho, foi o homem que eu me tornei através do esporte, na nossa academia nosso mestre forma em primeiro lugar seres humanos, hoje eu sinto muito orgulho do homem que eu me tornei, dos valores que eu possuo e tudo isso foi graças a minha Mãe que é uma mulher incrivelmente forte, a Champions Factory e ao meu mestre Artur Mariano que é como um pai pra mim. Compartilhamos a mesma vivência, e não só como eu também estou rodeado de pessoas que tiveram as mesmas conquistas e isso pra mim é mais importante que qualquer medalha, do que qualquer título. Se eu fosse listar o melhor momento que eu tive em cima de um ringue com certeza foi o GP do Brasileiro que aconteceu em 2015, após um ano todo sem lutar por conta de lesões, faria meu retorno no começo do ano, que também acabou não acontecendo pelo mesmo motivo, me mantive focado e disputei meu primeiro GP no meio do ano me sagrando campeão após duas lutas na noite.

5- Qual o momento mais difícil da sua carreira até agora?
R: Largar tudo pelo objetivo, largar tudo pelo sonho, pelo sentimento que eu mereço coisa melhor e maior. Largar um emprego que trazia sustento pra minha casa pra me aventurar e viver somente da luta. É um sentimento muito assustador trocar o certo pelo duvidoso.

6-Qual o seu sonho?
R: Meu sonho é dar a mulher que me criou, minha mãe, tudo o que ela merece, meu sonho é dar orgulho as pessoas que acreditam em mim, é ser reconhecido e conhecido no meio da luta, viver disso e fazer história.

7-Como se vê em 5 anos e 10 à frente?
R: Me vejo campeão do mundo, alcançando todos meus objetivos junto dos meus irmãos que seguem comigo, vejo a vitória de um menino que não aceitou o destino que o impuseram, me vejo dando conforto pra minha mãe e família, pros meus futuros filhos, pros futuros netos. E no final dessa estrada vou me reencontrar com todos os meus entes queridos e sentar pra contar minhas conquistas. Ansioso pra esse momento chegar.

8-Quais diferenciais você vê em fazer parte da Champions factory?
R: Não é só uma academia, somos uma família. Nossa filosofia é sem igual, formamos seres humanos antes de qualquer coisa.

9-Porque você acredita ser capaz de realizar o seu sonho?
R: Eu acredito que as pessoas que são destinadas a grandes feitos, tem uma chama dentro delas, essa chama não apaga. É uma coisa que você carrega de outras vidas, eu não nasci pra viver uma vida normal, minha vida é difícil desde o dia 1. Algumas pessoas ficam de joelhos e outras se levantam. Sou moldado desde pequeno para realizar grandes feitos nesse mundo.

10- Você gosta mais do Muay Thai ou do MMA?
R:Com certeza o Muay Thai, mas o MMA engloba todas as artes, é o teste definitivo pra qualquer artista marcial. Ser reconhecido no teste mais desafiador do mundo da luta impondo o seu estilo favorito é o que eu almejo.

11- Qual ou quais o seu melhor golpe no Muay Thai?
Eu sempre fui melhor com as pernas tanto pra atacar como pra me defender, uso-as na movimentação e no clinch com os joelhos. Ambos os GP em que fui campeão não dei um golpe de boxe sequer.

12- Canal aberto para agradecer as pessoas que te ajudaram a chegar até aqui?
Mãe obrigado por não virar as costas pra mim, você me passou um sentimento de lealdade muito grande, ser mãe solteira e de gêmeos não foi fácil mas você não foi embora, minha “tia” Helena De Arádia uma segunda mãe obrigado por me guiar pelos caminhos da vida e do espiritual, meu mestre Artur Mariano e todos os professores e instrutores do Projeto Social que me formou o atleta que sou hoje, aos amigos, companheiros de treino muito obrigado a todos

10-Deixe uma mensagem para os fãs do seu trabalho?

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.”
– Ayrton Senna